Por que é necessário aprender a dissertar?

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28 de junho4 min. de leitura

dissertar

Dissertar faz parte da realidade em que vivemos. Discutir temas sociais, políticos e até econômicos é essencial para tornar qualquer estudante um verdadeiro cidadão. Sendo assim, qual a importância de dissertar?

Por: Vânia Araújo

Saber estruturar as ideias num texto dissertativo tornou-se uma necessidade premente para quem pretende passar em um concurso público, na medida em que a dissertação vai, progressivamente, ganhando maior espaço nas provas, inclusive de nível médio. Nos processos seletivos, os tipos textuais mais cobrados são as dissertações (de caráter expositivo ou argumentativo) e, mais recentemente, aparecem também os estudos de caso (sob a forma de dissertação).

Isso se dá porque é por meio da dissertação que se manifestam as ideias relativas às mais diversas áreas do conhecimento humano. Todas as ideias que já surgiram, estão surgindo ou que ainda surgirão foram, são ou serão expressas pelos textos dissertativos (orais ou escritos).

Nos certames, mais do que a simples posse do conhecimento, o que se avalia no candidato é seu nível de sensibilidade social e preocupação ética e, sobretudo, sua  iniciativa, prontidão de raciocínio e capacidade de usar a razão para dar respostas a situações novas.  As bancas examinadoras não esperam que o candidato resolva os problemas do mundo; mas, sim, que apenas os discuta, agregando ideias à discussão, sem a necessidade de solucionar o que não tem resposta.

Como produzir ideias?

Há um número considerável de alunos que, sempre que um tema lhes é proposto, por mais trivial que seja, experimentam grande dificuldade para empreendê-lo. “Dá um branco” é o que costumam dizer.  Isso ocorre, muitas vezes, porque eles têm receio de “escrever tolices” e se tornarem objeto de ridículo. Por conseguinte, desistem de realizar aquilo que apenas lhes exigiria um pouco mais de esforço intelectual. Existem, até, aqueles que acabam por acreditar firmemente que jamais conseguirão produzir um texto digno de aprovação e que se acomodam a essa “verdade incontestável” por eles idealizada.  Assim, sempre que uma nova proposta de redação lhes é apresentada, buscam logo justificar-se – com um argumento qualquer – para não fazê-la.   É esse o motivo de vários alunos começarem um curso de redação e não chegarem ao final, formando-se, assim, um ciclo vicioso: sempre que sai um edital, eles se matriculam, mas desistem na segunda ou terceira aula… Essa incapacidade de prosseguir gera uma frustração enorme e um bloqueio que só tende a aumentar a cada concurso.

Então, como encontrar solução para uma situação em que as ideias desaparecem justamente quando elas são mais necessárias?   De início, há que se ter em mente que as ideias não surgem do nada: elas são fruto da convivência, da experiência e do senso de observação acerca das coisas mais elementares do cotidiano.  Portanto, a convivência com livros, pessoas e situações proveitosas é imprescindível, pois é dela que sobrevém a experiência que permite fazer fluir as ideias numa redação.

Jamais se esqueça, meu leitor, de que o melhor meio de se criar ideias é pelo hábito da leitura.  Ao ler livros, revistas e jornais, faça-o da maneira mais aprofundada possível, procurando depreender as dimensões semânticas das expressões, as conotações dadas às palavras, enfim, procure decodificar o texto. Só assim você conseguirá assimilar as ideias que ele apresenta e, consequentemente, também aprenderá a organizar as suas próprias nos textos que vier a elaborar em uma prova.

Ao ler revistas, dê total atenção aos artigos, entrevistas e ensaios, que são mais bem estruturados do que nos jornais.  No decorrer dessa leitura, fique atento não só às ideias expressas, mas, principalmente, à maneira como elas estão sendo exteriorizadas, pois isso te ajudará na assimilação de formas adequadas de ordenação das ideias no texto.  Na leitura de jornais, dê preferência aos editoriais, artigos e ensaios, pois estes ativam o raciocínio e são úteis, também, na assimilação e produção das ideias. Quanto à leitura de livros, dê prioridade aos ensaios, principalmente os que abordam temas sociais, econômicos, históricos e políticos. O importante é estimular a sua capacidade de reflexão bem como ampliar o seu nível de informação e de conscientização.

Procure selecionar, nesses veículos de comunicação, artigos, reportagens e ensaios sobre temas ligados ao universo textual do concurso que você tenha como meta. Organize- os por assunto e, assim, será mais fácil consultá-los com frequência.  Exercícios de interpretação de textos das provas anteriores também são de grande valia.

Reiterando, pode escrever com desenvoltura e naturalidade aquele que lê com fluência, ou seja, só a leitura – como hábito introjetado – será capaz de dar subsídios para o candidato convencer o corretor e, assim, obter êxito em sua redação.

Como escrever um bom texto?

A criação de um bom texto requer, sobretudo, harmonia em sua estrutura: quando suas partes constitutivas se correlacionam ordenadamente, proporcionam não somente uma leitura agradável como também uma satisfatória assimilação das ideias.

E, para que isso aconteça, o autor precisa deixar afluir algumas qualidades tais como a criatividade na exposição das ideias, a escrita leve manifestando claramente o pensamento, a correção gramatical, a unidade temática da composição e o emprego de expressões adequadas e essenciais para a expressão das ideias, que precisam ser substanciais e consistentes (com muita objetividade, acima de tudo).

Quanto à objetividade, nas redações de concursos, esta pode ser entendida como a procura pelo adequado e relevante, ou seja, tudo que ali se escreve deve estar proporcional às convenções próprias de um texto (legibilidade, correção, construções equilibradas) e ao conteúdo cobrado no concurso.  Tome muito cuidado para não fugir ao tema proposto: faça uma leitura atenta do enunciado da redação, procurando extrair exatamente o que a banca deseja de você. É aí, na realidade, que começa a sua redação.

Mas, a questão crucial para a produção de um bom texto passa por aquilo que nenhum candidato gostaria de ouvir: é preciso ter tempo para praticar. Comece pela pesquisa e organização dos dados (etapa da preparação para o tema), escreva, releia, reescreva, peça que alguém leia o seu texto e que faça observações. Seus leitores podem ser os próprios colegas, amigos ou membros de um grupo de estudos. Organize um grupo de estudos no qual, entre outras coisas, todos escrevam para todos.

Em síntese, se você até hoje não conseguiu escrever tão bem quanto necessita, é porque não exerceu o ato de escrever textos com a mesma frequência com que pratica a fala (ou a própria leitura). Mas saiba que é possível melhorar mais e mais, se continuar praticando. Redigir é uma habilidade e habilidades são adquiridas com a prática constante.

Para começar a praticar, faça um plano concreto de abordagem do assunto:

– Formule uma questão sobre o assunto em torno do qual seu texto vai girar.

– Selecione as ideias que serão abordadas do início ao fim do texto.

– Relacione-as uma abaixo da outra. Assim, dará para mudar alguma delas de lugar e ter uma ideia geral da redação.

– Faça um elenco de argumentos, causas e consequências.

– Se possível, elabore soluções para o problema em questão.

– Construa o texto a partir dessas ideias, sem esquecer a norma culta, a coesão, a coerência e a concisão.

                                                                                                                   

Texto escrito por Vânia Araujo, professora do Gran Cursos Online.

Currículo: Licenciada em Letras, pela Universidade de Brasília (UnB). Ministra aulas de Interpretação de textos e de Redação Discursiva há mais de dez anos nos principais cursos preparatórios para vestibulares e concursos do Distrito Federal. Já trabalhou também em cursos de Belo Horizonte e Goiânia.

 

                                                                                                                   

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